Uma vida examinada

Quando na adolescência me comecei a aventurar num exame mais completo às motivações que me inspiravam, recordo que frequentemente surgia um desconforto. A sensação de pensamentos, vida e comportamentos terem uma relação umbilical tão forte que tornavam a natureza dos eventos externos uma fonte de informação para responder à questão: “como promovi isto?”.

No entanto, essa postura – por muito bem intencionada que fosse – padecia de algumas fraquezas, como por exemplo tentar assumir responsabilidades que não se compatibilizavam com aquela que era a minha consciência no momento.

Interessei-me muito pelo fenómeno da integridade, no sentido de um todo que torna compreensível qualquer história de vida.

O desafio seguinte foi discernir o facto de compreender os pensamentos da vida de uma qualquer pessoa não constituir por si só um factor de harmonia de personalidades. Havia que saber empatizar com o que moveu determinada vida, mas manter a liberdade de me identificar ou não com semelhantes pensamentos, vida e sequência de escolhas.

Este exame obriga a colocar luz naquilo que normalmente acontece sem grande atenção da nossa consciência. Anos mais tarde cruzei-me com o yôga (que significa “união” ou “integração”), o que se revelou muito importante. É que o processo de exame com forte componente empírica e de análise tem fortes limitações que tornam o progresso lento.

Nunca descartei o valor da observação e de um pensamento focado na aprendizagem, mas sou muito grato por ter encontrado a disciplina do Swásthya Yôga como forma de combinar acréscimos de vitalidade com acréscimos de lucidez, resultando tudo isso numa estabilidade de consciência que nada mais é do que um acesso mais estendido à intuição.

A intuição é uma característica disponível para qualquer um de nós. No entanto, um acesso mais continuado a essa fonte de inteligência subtil carece de algum tipo de direccionamento, que no meu caso foi possível através do yôga.

Os pensamentos da vida de muitos de nós parecem ser extremamente dispersos e determinados pela volubilidade da nossa atenção. Assim, qualquer alívio ou tranquilização que desejemos obriga a diminuir a intensidade com que reagimos ao ambiente e consequências de acções e pensamentos anteriores com que estejamos a lidar agora.

Feito isso (escolha a sua metodologia, desde que o vitalize e serene a actividade mental), deverá começar a cultivar um novo terreno de tendências e interpretações daquilo que é a sua noção de entusiasmo e qualidade de vida.

Nunca espere que as coisas melhorem no ambiente, para que possa substituir padrões mentais de impotência como “só posso desejar que no futuro algo aconteça”, por padrões de exigência que o fazem sentir de forma determinada que a qualidade de vida não se adia. Isto porque adiar qualidade de vida facilmente se torna um hábito que reforça a crença de agora isso não ser possível.

Por muito duras que possam ser as nossas circunstâncias, um exame minimamente lúcido mostrará que as ansiedades e desconfortos se manifestariam com outra roupagem em circunstâncias de sucesso e realização. Se não conseguir imaginar isso para si próprio, fale ou observe alguém que tenha alguns dos sucessos que deseja para si. Vá um pouco mais fundo e encontrará desafios muito parecidos.

Utilizemos o exemplo do desejo por prosperidade por exemplo. Quando penso em prosperidade para a minha vida, lembro-me de colocar uma motivação muito sóbria: desejo-a por razões eminentemente (ou meramente) práticas. Não será nunca um fim em si mesmo, mas é útil para que me focalize melhor naquilo que realmente quero.

Este é um desejo que já foi manifestado muitas vezes ao longo da história da nossa espécie, o que muito diz do desafio que constitui… mas não tenho dúvidas que um exame corajoso à nossa consciência constitui um dos alicerces indispensáveis para o sucesso em semelhante empreendimento.

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